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Apostila Direção Teatral

Direção Teatral

O Diretor

Um diretor é que lidera, é um líder, um chefe, que sabe comandar e que moralmente esta apto a dar uma ordem de comando, da mesma forma que terá que adquirir habilidade de contornar situações e de harmonizar as diversas partes do conjunto.

O diretor teatral é uma soma de vários conhecimentos e de varias profissões. Não que seja necessariamente o executor de todas as funções, mas deve conhecer o suficiente a ponto de poder dar uma ordem certa e precisa a fim de que um técnico possa da mesma forma, excuta-la com perfeição.

Jouvet – Diz que é o jardineiro das almas, doutor das sensações, cozinheiro das falas, rei do teatro, chefe da orquestra, domador mágico, escravo do palco, interprete, pintor e figurinista, muito outras definições, mas todas inúteis. O diretor e indefinível, porque suas funções são indefiníveis.

Deve ser um pedagogo - que faça com que os atores sintam que estão sempre aprendendo mais.

Funções do diretor
 Tem o compromisso de ter a obra pronta dentro dos prazos.
 Deve transformar idéias em realidades cênicas.
 Uma obra sem dificuldades com atores bons, se usa aproximadamente 30 ensaios.
 Todo ator necessita de um diretor.
 O diretor ideal é aquele que consegue o maior rendimento artístico dos atores sem violentar a sua personalidade.
 Toda direção é composta de duas etapas:
 Direção plástica – cenário, iluminação, figurinos, maquiagem, marcações.
 Direção expressiva – interpretação dos atores.


Leon Chancerel compôs alguns mandamentos para o seu grupo de comediantes, uma formula suave de dizer a verdade.

1. Venerarás o poeta servindo-o humildemente.
2. Respeitaras teu público e teus atores igualmente.
3. Não pensarás em ti mesmo, mas em teu grupo unicamente.
4. Jamais serás arrogante, mas modesto e diferente.
5. Não repreenderas os atores à não ser amigavelmente.
6. Se forem maus, tu lhes dirás, mas particularmente.
7. Nada ordenaras não sendo concebido claramente.
8. Sempre darás o exemplo de trabalho honestamente
9. Varrerás o palco se ninguém o fez devidamente.
10. Não te entregarás ao desanimo se queres vencer.
A escolha da peça
 O texto é o ponto de partida.
 Hoje já não existem grandes dramaturgos e a produção de textos é cada vez mais escassa. Cabe ao diretor tentar descobrir novos textos.
 O custo de uma peça geralmente é grande – para se obter lucros deve ficar em cartaz por um tempo muito grande.
 É o momento decisivo da produção teatral.
 Os textos clássicos exigem uma grande produção.

Perguntas
 Que obra posso representar com os elementos que disponho?
 Artistas, decorações, recursos, tempo de ensaios, recursos financeiros.
 Que obras posso interpretar de acordo com as aptidões do meu elenco.
 Que serie de obras posso representar de acordo com o repertorio da companhia (isto e para companhia)
 Como é o palco e, seus recursos?
 Que classe de publico irá assistir? (bem que muitas vezes o próprio espaço já define).
 Um teatro grande é mais apropriado para obras com muitos atores, grandes cenários e mudanças.
 Cada teatro com o tempo cria seu próprio público. (Guairão)

O Texto Teatral
 Primeiro analisar a peça como literária não é o correto, devemos ao ler ver ela em palco. Como poderemos trabalhar nela. É muito importante a primeira leitura.
 A obra dramática está feita para ser representada.
 A primeira função do texto seria inspirar ao artista na criação.
 Outra função é fornecer aos atores suas falas que dirão em cena.
 O dramaturgo não escreve para o público, e sim para o ator falar e representar diante dele.
 Gordon Graig – nos mostra que uma análise de texto – antes de ser um comentário psicológico, deve ser decifrado como esboço de um cenário e o início de uma ação.
 Gordon Graig – é contrário a cortes e diz que a duração da peça se ela for boa, pouco importa o tempo que dura, se é má, é preciso abrevia-la. Cortar é insegurança do diretor.

Análise literária de um texto
 A mesma formula que se utiliza para uma analise de um poema.
 Para compreender um escrito qualquer, é necessário achar o pensamento que este encerra.
 Pensamento é tudo aquilo que o homem tente comunicar escrevendo.
 A analise constitui um modo de ler e descobrir intenções, e ver através das palavras os pensamentos do autor.
 Analisar significa também escolher do texto o mais importante, não propriamente julga-lo, o que constitui tarefa para os críticos.
 A primeira tarefa é descobrir o significado das palavras.
 Muitas vezes uma frase encerra um ensinamento, mas se levada ao momento histórico como seria este significado?
 Depois de organizar hierarquicamente a importância dos pensamentos selecionar as mais importantes. Com isto já estaremos preparando o que merece ser enfatizado.
 Analisar é compreender antes de mais nada.
 Um bom texto literário não é geralmente o melhor para o palco e vice-versa.
 Todo texto chato de ler é muito bom no palco.

O que o diretor deve saber acerca do drama
 Tudo aquilo quem possa conhecer e que de uma forma ou de outra venha auxilia-lo na montagem do espetáculo.
 Leituras de livros, de artigos sobre a vida do autor, a época em que viveu, a crise política ou religiosa... Isto levará a compreender a peça em suas peculariedades. Uma guerra marcará a vida dos personagens via autor.
 Logo a vida do autor pode encobrir muitos pontos vagos e incompletos do texto.
 O que o diretor deve comunicar ao elenco? Tudo aquilo que possa auxiliar ao ator na composição dos personagens.

Como ler uma peça de Teatro
 O primeiro objetivo de uma leitura seria de tomar conhecimento do argumento, da história da peça do seu início ao final.
 O diretor ao ler deverá ler com uma imaginação dinâmica, vendo a ação se desenvolver, sentindo as mutações, ouvindo os diálogos vendo os cenários e a iluminação, completando a rubricas com a sua criatividade.

 Na primeira leitura que ficam as impressões, seriam a de um publico normal.É importante que todos estejam presentes, pois é nesta hora que se discute o texto e se descobre todo seu significado.

 O texto apresenta três tipos de peça
 A que o autor crê ter escrito.
 A que os atores interpretam
 A que a maioria de espectadores pode entender.


Podemos perguntar ao texto

 Por que esta obra desperta interesse? - Por que satisfaz os interesses? Por causa da história, dos personagens, pelos pensamentos,

 O que conduz a uma grande cena? Se não descobrirmos as partes mais importantes à peça perdera a unidade e conseqüentemente mudaremos o sentido da obra.

 Devemos dar muita atenção aos pequenos Personagens, pois são eles que muitas vezes podem ocultar o sentido e a estrutura de toda peça.

 Qual a finalidade da obra? Qual o tema central e os secundários? Qual o gênero? Quais os conflitos, o central e as variantes? O que é que deve ser acentuado? (luz, cenografia, música) O clímax da peça? Qual a ligação dos atos? Quais informações mais importantes que devo registrar? Qual a finalidade dos personagens secundários?

 Toda obra ainda que medíocre tem algo a dizer. Ela foi escrita porque o autor quis dizer algo para o mundo.

 Um diretor dever ser um detetive e tentar descobrir o real sentido de uma obra, o verdadeiro motivo por que foi escrita.

 O que aconteceu antes? E o que aconteceu depois com os personagens? Qual a relação desta cena com a posterior?

 Interpretar uma personalidade é, portanto, uma questão de descobrir atitudes.

 Podemos perguntar também - quantos homens e mulheres. Quantos são importantes, quantos secundários, quantos figurantes, que tipo de homens, qual idade - qual o tipo físico ideal.

 Qual a relação dos personagens entre si?

 Uma das formas de descobrir o caráter do personagem é perguntar o que quer, o que deseja, o que busca.

 Os cenários um mundo de fantasia? Uma realidade fantástica? Quais os cenários importantes para obra? Quais os detalhes essenciais?


Anotações feitas no texto teatral

 Certos diretores ao iniciar a montagem de uma peça põem ao lado um caderninho de anotações. Tudo que for interessante deve ser escrito. Muitas vezes podem ser aproveitadas ou não.

 Se for um texto datilografado bater espaço dois e deixar margens para as devidas anotações. Se caso contrário colocar folhas em branco entre o texto.


Estudos paralelos ao texto

 Livros relacionados com o tema, com a época, com alguns caracteres.

 Não basta o cenógrafo desenhar e vestir o palco e os atores. Existe um estilo de comportamento que varia de época para época, de personalidade para personalidade.
Seleção do elenco
 Nenhum diretor estará apto para selecionar o elenco de uma peça se não conhecer muito bem o texto que tenciona montar.
 A função dos atores é representar o que foi escrito, e por isso, a sua escolha é um momento decisivo para a encenação.
 É um processo difícil e vagaroso, é necessário uma percepção para relacionar a personalidade e habilitação do ator ao papel.
 Cuidar para não se envolver num processo de simpatia pessoal.
 Certos papéis exigem tipos especiais de atores.
 A qualidade da voz é muito importante.
 A capacidade emocional do ator deve também ser considerada.
 Nem sempre é bom confiar papéis de grande fôlego a atores principiantes.
 Pedir um teste, uma improvisação – nem sempre resolve, não se tem elementos suficientes para uma avaliação completa.
 Um ator desempenha 100 % de seu valor quando interpreta um papel adequado.
 Um homem de teatro jamais deveria fazer injustiça. Podemos dizer que este é o primeiro mandamento que deverá obedecer.

Algumas perguntas sobre a escolha do ator
 O ator está apto fisicamente para o papel?
 Sua complexão física corresponde a exigida pelo personagem?
 Está seu físico harmoniosamente ao resto do elenco?
 Está em acordo com a herína?
 Tem voz adequada?
 Sabe locomover-se bem?
 É disciplinado, pontual?


Distribuição dos papéis
 Experimentar vários atores para um papel é delicado, quase sempre causa dissabores.
 Cada ator tem seu ego, não gostariam de perder para o outro.
 Ao diretor cabe saber quem reúne as condições de fazer o personagem.
 Não pode quere justificar ao publico porque, um ator não foi bem, ao publico cabe o papel de julgar se o espetáculo foi bom ou não.
 Deve ser considerada a idade do ator, atriz, o, público não aceita o velho no papel de um jovem, ao contrário é um pouco mais fácil, mas tem o problema que geralmente os jovens não conseguem fazer muito bem um velho.
 Um ator cômico conhecido não pode fazer um papel de sério.
 Para teatro amador e mais fácil, não existe o estrelismo, o acordo grupal chega a um consenso.

Encenação
A encanação é o conjunto de todos os componentes da arte teatral. Quem lê a peça deveria, esforçar-se para imagina-la em cena, ouvir as, vozes dos atores que falam, distinguir seus timbres e inflexões; a musica incidental e os ruídos, ver o ambiente em que ela se desenvolve e sentir as mudanças de luz; reconhecer o mobiliário e as vestimentas, as jóias e adereços. Mentalmente ver a entradas e saídas de cena o ritmo das falas e da representação, os personagens que estão presentes e suas atitudes quando calados, e, além disso, um mundo de outras coisas que cada peça traz consigo. Encenação é, portanto, o conjunto de fatores pelos quais uma peça escrita se transforma em uma peça interpretada.

Desenho da encenação
 O mobiliário e a decoração estão ligados às entradas e saídas e com os movimentos cênicos.
 Fazer um guia para entregar aos eletricistas, contra regras, iluminador, carpintaria, com as indicações do que se deseja.
 O excesso de ações pode causar confusão e distração do público.
 O diretor deve indicar qual será o centro das atenções.
 As cenas devem ocupar o lugar indicado conforme a tensão...
 Saber usar todo o palco, não ficar somente na frente, centro ou cantos.
 O diretor deve prever todas as perguntas e poder dar uma análise completa do toda a obra.

Cortes
 Antes dos cortes, conhecer a estrutura, o tema central.
 Numa obra perfeita não há necessidade de cortes, pois devemos sim tirar aquilo que é supérfluo.
 Cuidado com as traduções.



O diretor deve evitar
 Considerar-se o centro de gravidade.
 Querer saber tudo melhor do que o ator.
 Forçar o ator adaptar-se a concepção, ao invés de adaptar a concepção do papel ao ator.
 Ter em mente algo impossível no palco.
 Só discutir, ao invés de experimentar.
 Ficar acompanhando o texto ao invés de acompanhar a representação.
 Não ter coragem de interromper um ensaio mal sucedido.
 Não reconhecer que não sabe o que fazer.
 Querer fazer tudo sozinho, em vez de deixar os atores descobrirem as coisas, mesmo que isto custe algum tempo.
 Elogiar em demasia.
 Subir muito no palco.
 Forçar entonações e gestos.
 Dirigir sempre do mesmo lugar. Desprezar o acaso, ou contar sempre com o acaso.
 Exigir de uma cena mais do que ela pode oferecer.
 Ensaiar muito pouco, ou em demasia.
 Não querer cometer erros...
 Querer demasiado, é preciso saber suas limitações.(texto, elenco, publico, recursos...)

Relacionamento do diretor com o ator
 A personalidade e habilidades do diretor são de importância capital.
 Sua função não é apenas de interpretar a obra, mas também, manejar pessoas. Induzi-las a trabalhar em conjunto e buscar o melhor de cada um.
 O diretor deve acreditar naquilo que esta fazendo . deve ser sincero neste acreditar, mesmo que seja apenas para ganhar dinheiro.
 A disciplina deve começar por ele, começando e terminando nos horários determinados.
 Não havendo a necessidade do ator, pode dispensa-lo.
 Todas as normas devem ser bem claras, as concepções devem ser explicadas tranqüilamente sempre em todos os momentos.
 Evite exigir muitas coisas diferentes e novas num só ensaio. O ator aprende por etapas. É necessários um tempo para vivenciá-las.
 Não de marcações, intenções que não sejam absolutamente corretas.
 No começo o diretor deve saber sobre os personagens mais do que os atores, sendo que no final os atores é que deverão saber mais.

Encontro do diretor com o cenógrafo
 Um encontro muito importante. O diretor é o general, os atores os soldados e o cenógrafo é quem vai planejar o campo de batalha.
 P cenógrafo é um artista com liberdade de ação mas subordinado ao diretor, a dificuldade é conciliar is dois itens.
 O cenário acompanha o estilo geral do espetáculo, da mesma forma que o ator e o diretor. Ele deve ser um elemento para servir ao texto e não transformar-se no centro das atenções.
 O cenógrafo é um misto de arquiteto, decorador, pintor, costureiro, homem de teatro e entender de interpretação.
 Os problemas de construção são mais sérios do que se imagina. O cenógrafo está limitado pelo espaço do palco. Deve criar algo funcional, uma área de circulação. Terá que esconder equipamentos de iluminação.

Funções que o cenário deve cumprir
 proporcionar o ambiente para desenvolver a ação.
 Dispor de zonas de atuação e seus respectivos níveis.
 Constribuir para establecer atmonsfera do espetáculo.
 Situar o lugar exato da ação.
 Fazer ressaltar a condição social dos personagens.
 Sugerir a época e o tempo da ação.

O diretor deve entregar ao cenógrafo
 Uma cópia da peça que pretende montar.
 Explicar ao cenógrafo sua interpretação e concepção do espetáculo. Se pretende ser realista ou não, os valores dramáticos que pretende ressaltar, como pretende enfatizar a direção.
 Uma exposição completa das necessidades cênicas e de um modo geral a zona de atuação que pretende utilizar nas marcações, se pretende elevar alguma cena.
 Lista de utensílios e acessórios que considera indispensáveis a cena. Outros poderão ser acrescidos pelo cenógrafo.
 Uma visão geral de como vê a iluminação – sem entrar em detalhes.
 Uma lista completa onde pretende realizar certos momentos da peça, assim como as entradas e saídas.
 Condições financeiras da companhia.

O cenógrafo deverá apresentar ao diretor
 Planos em plantas de todo os cenários.
 Desenhos preliminares de cada cenário, os quais deverão ser bastante detalhados e completos para que se tornem compreensivos e que possa permitir decisões finais para modificações.
 Aprovado o projeto o cenógrafo deverá apresentar ao diretor uma planta baixa do cenário, contendo todas as indicações e medidas, bem como um cronograma de execução.

Encontro do diretor com o figurinista
 O diretor deverá entregar ao figurinista – uma lista completa dos personagens e o numero de mudanças necessárias – não esquecendo do tempo previsto para cada mudança.
 O numero de atores a serem utilizados – se algum atores fará outros personagens.
 Uma descrição da época e da movimentação que pretenda dar aos personagens.
 Relação dos quesitos especiais necessários a cada roupa.
 Caberá ao diretor aprovar os figurinos finais, após apresentação dos desenhos e materiais, com cores a serem utilizados.
 Quanto maior for combinado no inicio menores serão as modificações necessárias.





Ensaios

Os ensaios tem a finalidade de preparar a obra para sua representação diante do público, de tal maneira que possa criar os efeitos desejados e pré determinados.

Finalidade dos ensaios
 Dar ao elenco uma plena e definida compreensão da obra, incluindo o texto, os atos, as cenas.
 Dar uma visão geral da peça, do seu andamento, da sua movimentação e dos seus objetivos.
 Caracterizar cada papel. Permitir um tempo para a criação e desenvolvimento de cada cena, e construir uma unidade com o todo.
 Coordenação e unificação dos diversos elementos do espetáculo.
 Conseguir ritmo e tempo de representação.
 Coordenação das mudanças de cena, efeitos de luz, entrada das músicas, dos sons e dos efeitos de ruídos.
 Ensaio geral do espetáculo completo. A visão antecipada daquilo que o público verá como realização.

Distribuição para o tempo dos ensaios
 O tempo dos ensaios varia sempre de acordo com a natureza da obra que vai ser encenada, de acordo com a produção e de acordo com as necessidades de cada elenco. Qual o tipo de trabalho, dança, cenários.
 Um período muito extenso pode esfriar o trabalho.


Tempo de ensaio
 O tempo de duração de cada ensaio três horas é muito mais lucrativo que seis horas.
 Trabalhos com corpo e voz deveriam ser em horários diferenciados.
 Cada peça tem suas peculariedades e necessidades que devem ser programadas para evitar confusões.


Ensaio de Gabinete
 Não se trata propriamente de um ensaio e sim um processo de elaboração e assimilação que o diretor executa sozinho, em seu gabinete.
 A tarefa do diretor consiste em transformar o texto escrito em representação teatral viva.
 O processo pode ser dividido em três: o trabalho sobre a obra. O trabalho com os atores, o trabalho de montagem e realização cênica.
 Antes de iniciar o trabalho de modelagem dos papéis ou sobre encenação, do espetáculo, o diretor terá que passar por uma infinidade de trabalhos preparatórios. Antes de tudo terá que assimilar o material.
 A primeira etapa é um processo de estudo diretivo do texto escrito, da obra teatral, que devcerá ser transformada em espetáculo.


Como analisar uma peça

01
 O texto terá sofrido alterações?
 Trata-se de uma tradução?
 O tradutor terá seguido fielmente o original estrangeiro?
 Foi observado na versão o estilo de linguagem do original?
 Terá seguido o tom poético ou a linguagem que corresponde a posição social , educacional de cada um dos personagens?
 Não terá o tradutor alterado termos e expressões arcaicas ou fora de moda?
 A linguagem é cômoda para o ator ou é complicada?
 O diálogo é fluente?

02
 Que finalidade tem o dramaturgo ao escrever a obra?
 Que gênero pertence e qual o problema principal segundo as intenções do autor?
 Qual deverá ser o estilo?
 Qual o conflito ou problema o autor concentra suas intenções?
 Existe frases indispensáveis a compreensão do público da época mas que para o público atual se tornam supérfluas?

03
 Que preparou o dramaturgo para seu publico?
 Em que parte da exposição ele demonstra isto?
 Quais são as informações mais importantes para o público?
 Pode a cenografia, a luz , o estilo realçar parte da exposição?
 Existem frases indispensáveis, outras superfluas?

04
 Qual o conflito e os respectivo clímax no primeiro ato?
 Este conflito é o principal ou somente o conflito preparatório?
 Como se apresenta o conflito?
 O conflito traz complicações imediatas ou vai se demorar?
 O conflito leva a um final t´ragico ou feliz?

05
 Que ator leva o conflito no primeiro ato?
 Qual o conflito do segundo ato?
 Esta ligado com o do primeiro ato?
 Onde se encontra o conflito do segundo ato?

06
 Quais são as cenas de ação?
 Quais são as cenas de revelação?
 Quais são as cenas de informação?
 Quais as cenas de relevo?
 Quais cenas tem uma tom mais violento?
 Quais cenas tem um tom mais reflexivo, repousante?
 Como se alteram as cenas?

07
 Com que finalidade foram introduzidos os personagnes secundários?
 Pode-se motivar melhor as saídas ou as mutações através de cortes?
 Até que ponto os personagens secundários podem contribuir para a maior variedade da obra?

08
 Existem frases que deixam vislumbrar futuras complicações ou acontecimentos importantes?
 Como se pode acentuar o valor destas frases?

09
 Onde esta o conflito principal da obra?
 Quem originou quem interviu nelas?
 Onde esta a crise da obra?
 Quem toma a grande decisão que causa o desenlace da ação?

10
 Como pode a direção conseguir maior concentração possível no conflito?
 Eliminando movimentos supérfluos ou secundários?
 Posso reduzir movimentos e ações atores secundários?
 Com a ajuda da iluminação?
 Dando a cena anterior um andamento mais tranqüilo?
 Tentar retardar a crise?

11
 Há uma segunda ação?
 Que interesse tem para o desfecho da obra?

12
 Termina n o desenlace todos os conflitos de uma maneira lógica?
 Pode a direção dar maior vida a conclusão da obra?

13
 Quais os defeitos que se pode remediar?
 Defeitos de estrutura que podem ser eliminados mediante um novo arranjo?
 Juntando cenas?
 Trocando de lugar?
 Cortando partes?
 Algum personagem usa linguagem inadequada?
 Temos falas muito extensas que podem ser cortadas?
 Posso aumentar alguma fala?

14
 O diretor deverá também saber responder, o contexto histórico do texto – anterior a peça, durante a peça.
 Localização do mundo físico: No espaço, um local vários locais. No tempo: ano, mês, dia, hora. Seguencial ou com intervalos.
15
 Personagens: o número de personagens, homens mulheres, ativos e passivos.
 Como os personagens se comportam nas ações?
 Quais as motivações dos personagens – desejos, premio, amor, vingança?
 Quais os sentimentos?
 O protagonista?
 O antagonista?
 Confidentes?

16
 Caracterizações – aparência física dos personagens?
 Modo de falar?

Logo o Diretor deve estar pronto a responder qualquer pergunta do ator, portanto deve esta bem preparado.

Ensaio de mesa
 Esta é a fase mais apaixonante do trabalho de direção. Momento em que se apresenta a semente do espetáculo que será mostrado ao público. Até este momento o trabalho do diretor foi solitário. Ele leu o texto, o imaginou .

Métodos de apresentação do texto
 Começar pela leitura de peça a maneira italiana, reunindo os atores.
 Lê-se o texto e logo a seguir faz-se comentários sobre o texto.
 Algumas vezes o diretor acentua frases, momentos.
 Apresenta as dificuldades do texto, apresenta o sentido geral do texto.
 É importante que nesta fase o diretor já esteja interado totalmente de toda a peça.
 Os cortes e as adaptações são marcados nesta primeiras leituras.
 No final das leituras o diretor já devera ter em mente a distribuição dos personagens por completo.

Ensaio de apuro
 Inclui dois importantes momentos caracterização dos personagens Expressão do texto. O ator aprende onde e em que situação, em que momento, deverá dizer tal fala o palco se tornará mais intimo e familiar, é nesta fase do trabalho que se estuda o comportamento em linhas gerais.
 Cabe ao diretor harmonizar as diversas interpretações no sentido de transmitir uma unidade a apresentação.
 Na tentativa de valorizar seu personagem, o ator tente facilmente a super-valorização e as caricaturas. O diretor deverá mostrar palavra por palavra, cena por cena, o pensamento e o sentimento do personagem humano, real e vivo.
 Saber o texto decorado ajuda o ator a interpretar o papel. Sendo o ideal é saber as palavras sem esforço mental.
 A capacidade de memorizar o texto varia de pessoa para pessoa, porém para todos é fundamental saber que memorização é uma questão de treinamento e repetição.
 Para aprender seu papel o ator pode dividir seu papel em pequenas cenas, e quando longas dividi-las em seguencias.
 Quando se monta uma peça antiga, é muito importante que os atores se acostumem aos cenários e figurinos.

Ensaio de ajuste geral
 Depois que o texto tenha sido ensaiado e dominado em suas partes separadamente, em seus elementos, cenas e atos, devemos então pensar no conjunto num tom uniforme. Não devemos deixar esses ensaios para os ultimos dias, devemos ao contrário faze-los com freguencia.
 O primeiro objetivo destes ensaios de ajuste é a regulagem do tempo. Temos que anotar o tempo do espetáculo para que ente não se alongue demasiadamente e tenhamos que depois da peça estreada fazer cortes.

Ensaios técnicos
 São ensaios dedicados ao ajuste e funcionamento das mudanças de cenário, dos efeitos da luz, efeitos sonoros e musicais, a manipulação dos acessórios.
 Antes de iniciar um ensaio de luz. Os matérias já deverão estar instalados e termos elaborados um mapa de luz.
 Os efeitos de luz e sons deverão ser anotados no texto com uma antecedência para os mesmos acontecerem no momento exato.

Ensaio completo – ensaio geral
 O ensaio geral é a pré estréia. É aquilo que o público deverá assistir no abrir das cortinas. Se todos os detalhes foram cuidadosamente previstos, o ensaio será apenas um ajuste de todos os elementos.
 Não devemos portanto, deixar para o ensaio geral uma sobrecarga de trabalho.


Alguns conselhos para os ensaios
 Os atores devem ter o texto decorado integralmente.
 Corrigir os erros no momento em que acontecem, não deixar para depois, acabam virando vícios.
 Nenhum ator poderá interromper o ensaio, com o erro do outro, isto cabe ao diretor.
 Exigir desde o primeiro ensaio, que saibam as deixas, corrigir-se em cena, usem os adereços, que se preparem antes de entrar em cena.
 Os diretores devem cuidar com a duração do espetáculo.


Cenografia

 Caracterização do local, época.
 Arquitetura mais pintura e o ideal do que apenas usar um só dos elementos.
 Realismo x convenção – é a partir de uma realidade para uma convenção.
 O cenógrafo precisa ter conhecimentos de arquitetura, o resto é experiência e pesquisa.
 Conhecer a estrutura do teatro, as limitações da matéria e da verba, da concepção do diretor, os movimentos dos atores.
 Cenário ter estilo e de fácil mudança. Disco, pano, carro.
 Procurar eliminar excesso de mudança.
 Elementos realistas perigosos. Um animal pode estragar as cenas
 Grandes relógios, tochas, ondas, cascatas, distraem o espectador.
 O colorido da decoração define o clima da peça.

Equipamentos

 Fixo e de adorno – moveis, cortinas, quadros, esculturas (não há necessidade que seja o real, por exemplo, moveis de época são caros e podem riscar, faça uma imitação, lembre-se da distancia que separam a platéia).

 É muito importante que não se esqueça de marcar no chão com fita a posição dos moveis. (tudo será afinado para aquelas posições)

 Adereços manuais - cigarros, jornais, malas comida. Evitar cuidados para que não de razões de riso para o público.A pistola não pode falhar. Usar pacotes fáceis de serem abertos, cinzeiros com água dentro, a comida não pode ser muito temperada ou seca.

 Efeitos de som - e efeitos não elétricos tais como: trovões, sinos, sirenes, chuva e vento, gravados os alto-falantes devem ficar no local que vem o som de origem.


Figurinos

 A História Universal da moda - P.T. Wilcox, O Vestuário Histórico de Racinet – bons livros para pesquisa.
 Não é preciso usar o real - criar o teatral que facilita as mudanças Às cores devem ser mais vivas que a decoração.
 Cores fortes para personagens fortes e vice-versa.
 Nas multidões deve-se evitar muito colorido.
 O personagem teria essa roupa? Condição econômica, moral.
 As mudanças devem ser ensaiadas e cronometrar o tempo que se gasta.
 A roupa pode ocultar defeitos dos atores. Pernas compridas, magras, gordas.
 Sejam os figurinos desenhados especificamente ou selecionados de material já existente, o importante e que não só sejam adequados a cada personagem, mas também ao espírito e ao estilo da peça.
 As possibilidades de expressar um personagem por meio de suas roupas são praticamente inesgotáveis.



Regras
 Qual a natureza do personagem? Modesto ou orgulhoso, brutal ou bondoso, tímido ou vaidoso?
 Qual a sua idade? – É importante quando um jovem vai fazer um papel de velho a interpretação e a maquiagem pode deixar a desejar.
 Qual a sua posição econômica e social? Quais seus gostos?
 O personagem esta em casa?A ou é um visitante? Um chapéu pode mostrar que é visita. As mangas da camisa, um chinelo diz que esta em casa.
 Qual o estado emocional dos personagens? É' uma pessoa derrotada, ou segura de si, satisfeita, ambiciosa ou insatisfeita com a vida? Um homem que acaba de saber que herdou uma fortuna não se veste igual a um homem que vai se suicidar.


Maquiagem

 Deve ser levada em consideração a iluminação do espetáculo.
 Procurar sugerir o caráter da pessoa.
 Barba rala é sinal de decadência.
 Manter o rosto limpo antes da aplicação da maquiagem.


Princípios básicos da caracterização
 A caracterização deve estar de acordo com a aparência física do ator.
 O ator não deve procurar criar rugas além das indicadas pelas contrações dos músculos faciais a fim de evitar duplicidade.
 Os postiços devem ser usados se realmente precisar e muito bem colados
 A caracterização jamais poderá ser uma mascara que interfira no dinamismo facial.
 A caracterização não deve ser copia exata da natureza.
 As imagens fantásticas e abstratas devem ser expressas como seres antropomorfos e não sob a forma de mascaras carnavalesca.
 A caracterização deve ser: simples (evitando detalhes preocupação com a distancia)
 Não se deve entrar em cena sem caracterização.
 Quando ao ator se caracterizar deve levar em consideração a intensidade da luz.


Iluminação

 Devemos primeiro iluminar o ator.
 A luz deverá vir de cima para evitar sombras na decoração.
 Devera criar uma atmosfera psicológica e preparar o inconsciente do espectador.
 As mudanças devem ser suaves.
 Se for noite, usar de início o azul e corrigir aos poucos.
 Diminuir lentamente a luz da platéia e deixar um pequeno tempo no escuro para criar um clima de concentração.
 Evitar que o publico veja os instrumentos de iluminação.
 Cuidam para não manchar de luz as bambolinas, pernas e decoração.
 Um excesso de luz na decoração vai achata-la
 Iluminar a sala enquanto duram os aplausos.


A música cênica

 Definir ambiente, criar estados emotivos.
 Escolher a musica cênica que se harmonize com a encenação.